terça-feira, 28 de junho de 2011

Premiação Empresas dos sonhos dos jovens - Troféus personalizados









A Cia. de Talentos organiza anualmente a premiação Empresa dos Sonhos dos Jovens. A partir de uma longa pesquisa com inúmeros jovens, a empresa ranqueia as 10 melhores empresas para trabalhar, segundo os jovens brasileiros.

Nesse ano, eles optaram em criar troféus diferentes do usual, e premiar os representantes com um toy art personalizado. O design das peças foi feito pelo pessoal do Estúdio Roysen, eles mesmos que entraram em contato comigo para executar o projeto.

O job é algo relativamente novo aqui o estúdio, o design das peças não se parece com nada que costumo criar, sabia que seria um grande desafio criar uma peça que fosse super simétrica, e que realmente parecesse ter saído de uma produção industrializada. Na minha opiniào, quanto mais as formas são simples e planas, mais o processo fica difícil. Qualquer mínimo descuido no processo de modelagem e molde,o defeito fica muito visível no resultado.

A pintura é outra etapa do processo que deve ser feito com todo o cuidado, pois a peça sai clara do molde e não tem volume nenhum. Com um milimétrico sistema de máscaras e recortes, eu tive que ''desenhar'' onde seria aplicado a pintura. Tudo realizado 100% com aerógrafo, pois a pintura com pincel, por mais cuidado que se tenha, acaba marcando uma peça tão lisa como essa. Um pequeno erro, uma tinta que escorre, uma máscara que não é aplicada corretamente e game over. É melhor recomeçar que tentar corrigir.

Tive que trabalhar com a peça oca, caso fosse maciço o troféu ficaria pesadíssimo. Mais um processo cuidadoso, já que esse sistema toma mais tempo, e exige um cuidado muito maior que a peça produzida. Lembrando que cada Toy, mede 30 centímetros.

No fim das contas, as peças ficaram muito legais e fiéis ao design concebido pelo estúdio. a premiação aconteceu ontem a noite (27/06)no teatro Alpha. E cada empresa pode ser homenageada com um troféu que realmente tinha a cara, cor e uniforme da empresa.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Projeto para agência Dentsu - Os diretores









Em meados de abril recebi um telefonema dos criativos da agência Dentsu. Os caras tinham uma baita idéia bacana para uma campanha para a Escola São Paulo. Porém, não tinham a mínima noção se o que haviam imaginado seria viável ou não.

Adorei o conceito da peça já pelo telefone, e após uma reunião realizada lá na própria Dentsu, eu já consegui visualizar que íamos realizar um trabalho dos bons juntos.

Eles queriam criar um anúncio de revista que se desdobraria em um poster, o plano era que as peças fossem enviadas para Cannes, como uma das campanhas selecionadas pela agência para representá-la nesse ano.

Curti muito criar esse trabalho por n motivos, um deles é que íamos falar de cinema nas peças, sempre bom trabalhar com um tema tão familiar, inclusive, que me deixava seguro para opinar na criação. A dupla responsável pelo conceito da peça, sempre imaginou que o lay out não deveria ter elementos gerados por computador, seria tudo feito a mão. Dos telefones as placas, dos cabos de aço as fita magnéticas dos filmes. Tudo. Desse forma o resultado seria mais orgânico, as sombras, efeitos, texturas estariam de fato no mesmo universo.

Essa exigência da dupla me deixou empolgadíssimo, porém, revelou-se mais tarde num desafio gigante. Pois os bonecos deveriam ser fixos de uma maneira estável, e que todos esses elementos orbitariam dando essa sensação de profundidade que deixou a peça tão bacana. Porém não podíamos usar nenhum objeto de fixação muito vísivel, pois fatalmente apareceria nas fotos e/ou geraria sombras estragando a limpeza do lay out. Ou tornando a vida do arte finalista um inferno (não que ela seja fácil. :))

Quem conhece um bom diretor de arte, sabe o quão atento eles são aos mínimos detalhes. Os telefones, fitas e placas, deveriam ter uma capacidade de ''edição'', ou seja poderíamos ajustar milimetricamente esses elementos durante toda a sessão de fotos, gerando um número gigante de opções. Ou seja, já se somava as exigências: 100% produzido a mão, estável, pouco (ou nada) vísivel e ainda maleável. Calma, respira e pensa, vai dar tudo certo. Um mantra entoado durante a madrugada da produção.







Os bonecos foram criados praticamente com 4 pessoas ao mesmo tempo. Todos opinavam sobre eventuais mudanças nas roupas, cabelo, expressão. Foi um processo de criação interessante, porém bastante exigente. Claro que essa criação a 4 cabeças funcionou para esse projeto, acho que tanta gente opinando para finalizar uma peça, pode mais atrapalhar do que ajudar. Mas a sintonia do grupo era palpável, o processo fluiu fácil. Realmente as mudanças só tornaram os personagens melhores.




Enfim, as fotos foram tiradas, e as peças ficaram prontas. Adorei o resultado. Não ganhamos nada em Cannes, mas o trabalho ficou muito bom, e no fim da contas ficou como eles imaginaram no primeiro esboço, que eu inclusive guardei. E é isso que vale. O único problema foi segurar esse post há 3 meses.

Que venham mais projetos como esse.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mochi e a mitologia do Superman







Essa escultura, faz parte do projeto Consórcio de bonecos. É uma peça que nào é auto explicativa. Diferente das outras, que basta olhar e pensar um pouco para entender a proposta, essa é cercada de um conceito que merece ser legendado.

Conheci o Mochi na oitava série, quando ainda era conhecido pelo seu sobrenome: Caselta. Um personagem e tanto. Cabelo armado chanel, camisetas gastas de bandas, profusào de acnes na cara, um jeitão reservado, mas com um peculiar e tímido timing cômico que arrancava risadas de quem estava ao lado. Viramos grandes amigos em pouco tempo.

Nessa época, Caselta usava uma limitada variedade de camisetas, e uma em especial virou um clássico, que somado a uma calça de moletom azul que já andava sozinha, era praticamente seu uniforme. Estou falando é claro, de sua surrada camiseta do Kiss.

Os anos se passaram, e o cabelo cumprido ganhou um corte mais conservador, as acnes foram embora, a mega timidez foi apaziguada com aulas de dança de salão, agora Caselta atende por Mochi*, usa óculos, terno e é um sério advogado.

Porém isso é o que os incautos pensam. Na verdade, assim como David Carradine explicou nos minutos finais de Kill Bill 2, Mochi tem um pouco da mitologia do Superman. Como resume Bill, o Superman acorda sendo o Homem de aço, e coloca um disfarce para se adequar. Os óculos, terno, pasta e profissào é uma forma que o herói usa para se misturar a população de Metropolis. Diferente do Batman, que é em sua essencia o Bruce Wayne, que durante a noite veste uma fantasia de morcego, e só aí vira o temível Cavaleiro das Trevas.


Claro que Mochi não é nenhum herói (por mais que ele queira desesperadamente acreditar que seja), mas pera lá! Também nào é um advogado sério, chato e sisudo que a profissão costuma passar. Quando conversamos, ainda o vejo como o jovem roqueiro cabeludo de 15 anos atrás, com camisetas gastas e piadas afiadas, que me fazia rir em elevadores, sala de aula ou qualquer local que não podia rir de jeito nenhum.

*Esse apelido foi dado na faculdade, quando Caselta ia para tudo que é lugar com uma mochilinha nas costas. Nasceu Mochila, que virou Mochi, e agora é apenas Mox.